Uma quadrilha com quatro assaltantes atravessou uma pedra de 50 centímetros na Avenida Condessa Elisabete Robiano, altura do número 5.500 da Marginal do Tietê, sentido Ayrton Senna, no bairro da Penha, zona leste e o pneu do carro do professor Lucas Guimarães Barbosa, de 24 anos, furou. Quando ele, seu irmão João Antônio Guimarães Barbosa, monitor escolar, de 23, e sua namorada, a professora Jaqueline da Silva Santos, de 24, pararam para consertar, o bando agiu, com rapidez e violência.

Ajoelhado e com o cano de um revólver apertando seu peito, Lucas rezou para não morrer. Ele, o irmão e a namorada foram vítimas da ‘gangue da pedra’.  A Polícia Militar conseguiu prender dois dos quatro assaltantes.

O delegado Manassés Rodrigues de Carvalho, titular do 10º Distrito Policial (Penha), explicou que esse tipo de crime era mais frequente há dois anos. Em 2010, segundo o policial, cinco casos ocorreram. “É quatro vezes menos do que antes.  Com ações da Prefeitura, que desativou duas favelas, e com uma parceria que fizemos com a Polícia Militar, que mantém rondas 24 horas no trecho, esse tipo de assalto diminuiu. Não registrávamos o crime da pedra havia dois meses”, lembrou.

Violência e prisão

Lucas, Jaqueline e João Antônio compraram relógios, bola, roupas esportivas no shopping. Levariam o material na viagem de ano-novo para Caraguatatuba. “A gente voltava para casa. Na marginal, havia uma pedra grande. Meu irmão estava ao volante. Se mudasse de pista, bateria em outros carros. Passamos por cima e o pneu dianteiro esquerdo furou”, contou Lucas.

João Antônio parou o Celta 50 metros adiante. Ao começar a trocar o pneu, os assaltantes chegaram num Ford Fiesta preto. Claudiano da Silva Amorim, de 18 anos, armado com pistola, mandou os irmãos se ajoelharem. “Ordenou que a gente tirasse a camiseta e os tênis. Também deixaram minha namorada descalça”, contou Lucas.

O acusado encostou a arma no peito do professor e deu um tapa no peito de João Antônio. “Eu apenas rezava, esperando que tudo passasse logo. Levaram nossas compras, documentos, celulares e cartões. Mas, tudo bem, não levaram nossas vidas”, agradeceu Lucas.

Os bandidos fugiram com tudo o que conseguiram pegar. Lucas, que escondeu um celular, ligou para a PM e passou as placas do carro dos ladrões.

Policiais da Força Tática da 3ª Companhia do 51º Batalhão viram o Fiesta parado na frente de uma borracharia na Avenida Governador Carvalho Pinto. Os suspeitos viram os PMs e correram. Claudiano e Diego Phelipe da Silva Santana Rosatto, de 21 anos, foram detidos e a polícia recuperou parte do material roubado. Eles moram no Cingapura da Penha, conhecido como Chaparral. Segundo a polícia, a maioria dos integrantes da ‘gangue da pedra’ seria desse conjunto habitacional.

“Meu filho e um taxista foram vítimas. Jogaram uma pedra debaixo do carro deles”, disse o presidente do Conseg (Conselho de Segurança) da Penha, Mauro Inácio Alves, de 60 anos.

DICAS DE COMO PROCEDER

Se passar em lugar de iluminação baixa é prudente diminuir a velocidade

Caso perceba um obstáculo na pista e não tenha condições de desviar, não tente reparar danos no local do acidente. É nesse momento que os assaltantes agem

Se o veículo tiver condições de rodagem, procure um local iluminado, mais movimentado e, se possível, com presença de policiais ou seguranças

Ligue imediatamente para a polícia se tiver qualquer suspeita de que o obstáculo na pista foi colocado de maneira proposital

Não deixe de avisar a polícia para que se possa planejar ações com dados confiáveis

Fonte: Jornal da Tarde